Dragão
Dragões ou dragos (do gregodrákon, δράκων) são criaturas presentes na mitologia dos mais diversos povos e
civilizações. São representados como animais de grandes dimensões, normalmente
de aspecto reptiliano (semelhantes a imensos lagartos ou serpentes), muitas vezes com asas,
plumas, poderes mágicos ou hálito de fogo. A palavra dragão é originária do
termo grego drakôn, usado para
definir grandes serpentes.
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Em vários mitos eles são apresentados literalmente como grandes
serpentes, como eram inclusive a maioria dos primeiros dragões mitológicos, e
em suas formações quiméricas mais comuns. A variedade de dragões existentes em
histórias e mitos é enorme, abrangendo criaturas bem mais diversificadas.
Apesar de serem presença comum no folclore de povos tão distantes como
chineses ou europeus, os dragões assumem, em cada cultura, uma função e uma
simbologia diferentes, podendo ser fontes sobrenaturais de sabedoria e força,
ou simplesmente feras destruidoras.
Origem dos mitos
Os Dragões talvez sejam uma das primeiras manifestações culturais ou
mito criados pela humanidade.
Muito se discute a respeito do que poderia ter dado origem aos mitos
sobre dragões em diversos lugares do mundo. Em geral, acredita-se que possam
ter surgido da observação pelos povos antigos de fósseis de dinossauros e
outras grandes criaturas, como baleias, crocodilos ou rinocerontes, tomados por
eles como ossos de dragões.
Por terem formas relativamente grande, geralmente, é comum que estas
criaturas apareçam como adversários mitológicos de heróis lendários ou deuses
em grandes épicos que eram contados pelos povos antigos, mas esta não é a
situação em todos os mitos onde estão presentes. É comum também que sejam
responsáveis por diversas tarefas míticas, como a sustentação do mundo ou o
controle de fenômenos climáticos. Em qualquer forma, e em qualquer papel
mítico, no entanto, os dragões estão presentes em milhares de culturas ao redor
do mundo.
As mais antigas representações mitológicas de criaturas consideradas
como dragões são datadas de aproximadamente 40.000 a. C., em pinturas rupestres
de aborígines pré-históricos na Austrália. Pelo que se sabe a respeito,
comparando com mitos semelhantes de povos mais contemporâneos, já que não há
registro escrito a respeito, tais dragões provavelmente eram reverenciados como
deuses, responsáveis pela criação do mundo, e eram vistos de forma positiva
pelo povo.
Dragões para a mitologia
Dragões ao redor do mundo
A imagem mais conhecida dos dragões é a oriunda das lendas europeias (celta/escandinava/germânica)
mas a figura é recorrente em quase todas as civilizações antigas. Talvez o
dragão seja um símbolo chave das crenças primitivas, como os fantasmas, zumbis
e outras criaturas que são recorrentes em vários mitos de civilizações sem
qualquer conexão entre si.
Há a presença de mitos sobre dragões em diversas outras culturas ao
redor do planeta, dos dragões com formas de serpentes e crocodilos da Índia até as serpentes emplumadas
adoradas como deuses pelos astecas, passando pelos grandes lagartos da Polinésia e por diversos outros,
variando enormemente em formas, tamanhos e significados.
O escritor grego Filóstrato, dedicou uma extensa passagem
da sua obra Vida de Apolônio de Tiana
aos dragões da Índia (livro III, capítulos VI, VII
e VIII). Forneceu informações muito detalhadas sobre esses dragões.
Dragões no Médio Oriente
No Médio Oriente os dragões eram vistos geralmente como encarnações do mal. A mitologia persa cita vários dragões como Azi Dahaka que atemorizava os homens,
roubava seu gado e destruía florestas (e que provavelmente foi uma alegoria
mística da opressão que a Babilônia exerceu sobre a Pérsia na antiguidade clássica). Os
dragões da cultura persa, de onde aparentemente se originou a ideia de grandes
tesouros guardados por eles e que poderiam ser tomados por aqueles que o
derrotassem, hoje tema tão comum em histórias fantásticas.
Dragões na Mesopotâmia
Na antiga Mesopotâmia também havia essa associação de dragões com o mal e o caos. Os dragões dos mitos
sumérios, por exemplo, frequentemente cometiam grandes crimes, e por isso
acabavam punidos pelos deuses — como Zu, um deus-dragão sumeriano das
tempestades, que em certa ocasião teria roubado as pedras onde estavam escritas
as leis do universo, e por tal crime acabou sendo morto pelo deus-sol Ninurta. E no Enuma Elish, épico
babilônico que conta a criação do mundo, também há uma forte presença de
dragões, sobretudo na figura de Tiamat. No mito, a dracena (ou
dragã-fêmea) Tiamat, apontada por diversos autores como uma personificação do
oceano, e seu consorte mitológico Apsu, considerado como uma personificação das
águas doces sob a terra, unem-se e dão à luz os diversos deuses mesopotâmicos. Apsu,
no entanto, não conseguia descansar na presença de seus rebentos, e decide
destruí-los, mas é morto por Ea, um de seus filhos. Para vingar-se, Tiamat cria
um exército de monstros, dentre os quais 11 que são considerados dragões, e
prepara um ataque contra os jovens deuses. Liderados pelo mais jovem entre
eles, Marduk, que mais tarde se tornaria o
principal deus do panteão babilônico, os deuses vencem a batalha e se
consolidam como senhores do universo. Do corpo morto de Tiamat são criados o
céu e a terra, enquanto do sangue do principal general do seu exército, Kingu, é criada a humanidade. O Dragão de Mushussu é
subjugado por Marduk, se tornando seu guardião e símbolo de poder.
Dragões nas lendas orientais
Um dragão vietnamita.
Na China, a presença de dragões na cultura é anterior mesmo à linguagem
escrita e persiste até os dias de hoje, quando o dragão é considerado um
símbolo nacional chinês. Na cultura chinesa antiga, os dragões possuíam um
importante papel na previsão climática, pois eram considerados como os
responsáveis pelas chuvas. Assim, era comum associar os dragões com a água e
com a fertilidade nos campos, criando uma imagem bastante positiva para eles,
mesmo que ainda fossem capazes de causar muita destruição quando enfurecidos,
criando grandes tempestades. As formas quiméricas do dragão Lung chinês, que
misturam partes de diversos animais, também influenciaram diversos outros
dragões orientais, como o Tatsu japonês.
Nos mitos do extremo oriente os dragões geralmente desempenham funções
superiores a de meros animais mágicos, muitas vezes ocupando a posição de
deuses. Na mitologia chinesa os dragões chamam-se long
e dividem-se em quatro tipos: celestiais, espíritos da terra, os guardiões de
tesouros e os dragões imperiais. O dragão Yuan-shi tian-zong ocupa uma das mais altas posições na hierarquia
divina do taoísmo. Ele teria surgido no
princípio do universo e criado o céu e a terra.
Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino semelhante. O dragão Ryujin, por exemplo, era considerado
o deus dos mares e controlava pessoalmente o movimento das marés através de
jóias mágicas.
Dragões na Bíblia
Representação do dragão
como um ser demoníaco nas culturas religiosas europeias.
Os dragões segundo a cultura cristã, são aqueles que mais influenciaram
a nossa visão contemporânea dos dragões.
Muito da visão dos cristãos a respeito de dragões é herdado das culturas
do médio oriente e do ocidente antigo, como uma relação bastante forte entre os
conceitos de dragão e serpente (muitos dragões da cultura cristã são vistos
como simples serpentes aladas, as vezes também com patas), e a associação dos
mesmos com o mal e o caos.
De acordo com o Dicionário
Internacional de Teologia do Novo Testamento, no Antigo Testamento, dragões tipificam os
inimigos do povo de Deus, como em Ezequiel 29:3. Ao fazer isso,
associa-se a ideia das mitologias de povos próximos, para dar maior
entendimento aos israelitas. É por isso que a Septuaginta, na sua narrativa da história
de Moisés, traduz "serpente"
por "dragão". (Êxodo 7:9-12).
Há ainda, no antigo testamento, no Livro de Jó41:10-21, a seguinte descrição
do Leviatã:
18 Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.
19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
20 Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.
21 O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma chama.
18 Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.
19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
20 Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.
21 O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma chama.
Em Isaías 30:6, há citado um
"áspide ardente voador" (versão ARC), junto com outros animais, para ilustrar a terra para onde os
israelitas serão levados, pois o contexto do capítulo é sobre a repreensão
deles. No Novo Testamento, acha-se apenas no Apocalipse de São João, utilizado como símbolo de satanás.
O Leviatã, a serpente/crocodilo
cuspidora de fumaça do livro de Jó, também é considerado um
dragão bíblico, embora não seja apresentado como um ser maligno e sim como uma
criação de YHWH (Jeová, nome de Deus). Os dragões nas histórias da cristandade
acabaram por adotar esta imagem de maldade e crueldade, sendo como
representações do mal e da destruição.
O caso do mais célebre dragão cristão é aquele que foi morto por São Jorge, que se banqueteava com
jovens virgens até ser derrotado pelo cavaleiro. Esta história também acabou
dando origem a outro clássico tema de histórias de fantasia: o nobre cavaleiro
que enfrenta um vil dragão para salvar uma princesa.
Dragões na América pré-colombiana
Os dragões aparecem mais raramente nos mitos dos nativos americanos, mas
existem registros históricos da crença em criaturas "draconídeas".
Um dos principais deuses das civilizações do golfo do México era Quetzalcoatl, uma serpente alada. Nos
mitos da tribo Chincha do Peru, Mama Pacha, a deusa que zelava pela colheita e plantio, era às
vezes descrita como um dragão que causava terremotos.
O mítico primeiro chefe da tribo Apache (que, segundo a lenda,
chamava-se Apache ele próprio)
duelou com um dragão usando arco e flecha. O dragão da lenda usava como arco um
enorme pinheiro torcido para disparar árvores jovens como flechas. Disparou
quatro flechas contra o jovem, que conseguiu se desviar de todas. Em seguida
foi alvejado por quatro flechas de Apache
e morreu.
No folclore brasileiro existe o Boitatá, uma cobra gigantesca que
cospe fogo e defende as matas daqueles que as incendeiam.
Dragões nas lendas européias
Um dragão em uma
tapeçaria medieval.
No ocidente, em geral, predomina a idéia de dragão como um ser maligno e
caótico, mesmo que não seja necessariamente esta a situação de todos eles. Nos mitos europeus a figura do dragão
aparece constantemente, mas na maior parte das vezes é descrito como mera besta
irracional, em detrimento do papel divino/demoníaco que recebia no oriente.
A visão negativa de dragões é bem representada na lenda nórdica ou germânica de Siegfried e Fafnir, em que o anão Fafnir acaba se transformando em um dragão justamente
por sua ganância e cobiça durante sua batalha final contra o herói Siegfried. Nesta mesma lenda também
pode ser visto um traço comum em histórias fantásticas de dragões, as
propriedades mágicas de partes do seu corpo: na história, após matar Fafnir,
Siegfried assou e ingeriu um pouco do seu coração, e assim ganhou a habilidade
de se comunicar com animais.
Serpentes marinhas como Jormungand, da mitologia nórdica, era o
pesadelo do Vikings; por outro lado, a proa de seus navios eram entalhadas com
um dragão para espantá-lo.
Na mitologia grega, também é comum ver os dragões como adversários
mitológicos de grandes heróis, como Hércules ou Perseu. De acordo com uma lenda da mitologia grega, o herói Cadmo mata um dragão que havia
devorado seus liderados. Em seguida, a deusa Atena apareceu no local e
aconselhou Cadmo a extrair e enterrar os dentes do dragão. Os dentes
"semeados" deram origem a gigantes, que ajudaram Cadmo a fundar a
cidade de Tebas.
A lenda polonesa do dragão de Wawel conta como um terrível dragão
foi morto perto da actual cidade de Cracóvia.
Durante a idade média as histórias sobre batalhas contra dragões eram numerosas. A existência
dessas criaturas era tida como inquestionável, e seu aspecto e hábitos eram
descritos em detalhes nos bestiários da Igreja Católica. Segundo os relatos
tradicionais, São Jorge teria matado um dragão.
Muitos povos celtas, por exemplo, possuíam imagens dragões em seus
brasões familiares, e há também muitas imagens de dragões como estandartes de
guerra desses povos.
Existem lendas e boatos que existem dragoes nas montanhas e florestas
Romenas, na região da Transilvânia.
Em Portugal, o dragão mais famoso é a
"coca" ou "coca rabixa". A festa da "coca"
realiza-se no dia do Corpo de Deus.
No ano de 2006, o Discovery Channel exibiu um documentário
dissertando que os dragões realmente existiram. Seriam a evolução de certos
répteis. O fogo poderia ser expelido pela boca pois havia gás metano junto de
demais gases dentro do estômago, assim como nós mesmos temos. Semanas após a
exibição do documentário ele foi exibido novamente, desta vez anunciando que
tudo não passava de pura ficção.
Dragões na alquimia
Na alquimia, o dragão expressa a manifestação do ser superior. Há quatro
dragões alquímicos; o Dragão do Ar, que é o Mercúrio dos Sábios; o Dragão da
Água, o Sal Harmônico; o Dragão do Fogo, o Enxofre dos Sábios; e o Dragão da
Terra, o Chumbo dos Sábios, o negrume. Além desses elementos, o sangue do
dragão é o ácido e o processo corrosivo do trabalho alquímico. Esses quatro
dragões são os quatro aspectos de Lúcifer, o protótipo original do homem-anjo e
do homem-besta em seu aspecto primitivo, primordial e superior. O dragão
alquímico, ou Lúcifer, é o dragão iniciador da luz e das trevas que são
elementos unificados, resultando na consciência espiritual e na aquisição de
sabedoria (Sophia). Tal iniciação ocorre nos quatro Elementos alquímicos que
são parte do iniciado alquimista.
O dragão é um hieróglifo dos quatro elementos (Ar, Fogo, Água e Terra),
assim como da matéria volátil e da matéria densa, representados pelo dragão
alado e pelo dragão sem asas, respectivamente. Como criatura alada, o dragão
luciférico representa os poderes do Elemento Ar e a volatilização. É força
expansiva, inteligência, pensamento, liberdade, a expansão psicomental, a
elevação espiritual. Como criatura ígnea que é capaz de cuspir fogo, ele possui
os poderes do Elemento Fogo, a calcinação, a força radiante, a energia ígnea
que cria e destrói. É o aspecto que está relacionado à intuição espiritual que
vem como uma labareda, e à vontade espiritual. Como criatura escamosa aquática,
o dragão expressa os poderes do Elemento Água, a força fluente e a dissolução
da matéria. É o aspecto que simboliza as emoções superiores, a alma, o
inconsciente individual como fonte de conhecimento. Como um ser terrestre que
caminha sobre quatro patas e habita em profundas cavernas, o dragão representa
os poderes do Elemento Terra, a força coesiva, a matéria e o corpo físico do alquimista.[carece de
fontes]
Esses são os perfeitos dragões alquímicos luciféricos, manifestados no
iniciado.
Dragões na cultura moderna
Festival tradicional de
dragões em Hong Kong.
Na modernidade, os dragões se tornaram um símbolo atrativo para a
juventude. São criaturas poderosas que dão a ideia de força e controle, ao
mesmo tempo que a capacidade de voar remete à ideia de liberdade. O dragão
desenhado no estilo oriental é parte quase obrigatória de logotipos de academias de artes marciais pelos motivos já citados e
pela sua ligação com a história dos países asiáticos onde estes esportes
surgiram.
Dragões aparecem em várias histórias do gênero fantasia, desde O Hobbit de J.R.R. Tolkien com o dragão Smaug, passando por Conan de Robert E. Howard e chegando a filmes modernos
como Reino de Fogo, que descreve um futuro apocalíptico, no qual a humanidade foi
massacrada pelos répteis. O dragão considerado clássico foi imortalizado
principalmente pela figura de Smaug, em O Hobbit, livro de J. R. R. Tolkien. Seguindo
o conceito da cultura cristã ocidental, Smaug era um dragão terrível e
destruidor, que reunia grandes tesouros em seu covil na Montanha Solitária. Por
ter sido este o romance que praticamente iniciou toda a tradição de literatura
fantástica contemporânea, Smaug acabou se tornando o estereótipo do dragão
fantástico atual.
Outro conto de C.S. Lewis nas Crônicas de Nárnia, mais precisamente em A viagem do Peregrino da Alvorada, conta-se de um dragão o qual
Eustáquio encontra praticamente morto,
e com ele um tesouro magnífico, Eustáquio sendo muito ganacioso, pegou um
bracelete em meio ao magnífico tesouro, e dormiu na toca do Dragão. Quando
acordou no outro dia, pensou que o dragão estava vivo, ou que havia outro
dragão, porque ele mesmo tornara-se um dragão, e assim o tesouro mostrara-se
amaldiçoado. Aslam ajuda Eustáquio a voltar ao
normal, mostrando assim o contexto cristão da Crônica. Na história, não
explica-se o fato do dragão está morto.
Dando continuidade à mitologia, J. K. Rowling insere dragões em diversos
livros de seu bruxo mundialmente célebre, Harry Potter. O livro em que a autora
deixa clara a existência atual destas criaturas é o primeiro livro da série,
intitulado "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Nesta obra, um dos
personagens, Hagrid, ganha em um bar um ovo de
dragão, algo que ele sempre desejara. O ovo é chocado no fogo e, após um tempo,
um dragãozinho rompe a sua casca e recebe de Hagrid o nome de Norbert. Norbert
(ou Norberto na tradução de Lia Wyler) cresce e começa a criar problemas para
Hagrid que, enfim, cede à insistência de Harry e seus amigos e doa o dragão a
Charlie (Carlinhos), irmão de Rony Weasley que estuda dragões na Romênia.
Dragões são extremamente populares entre jogadores de RPG. Na verdade seu nome mesmo
aparece no título do primeiro jogo desse gênero - Dungeons and Dragons. Dragões também são tema recorrente em jogos como Arkanun e RPGQuest.
Os dragões representam, em parte a liberdade e o poder que o Homem
deseja atingir. E ainda não se conseguiu explicar como é que a ideia de uma
criatura, com asas, sopro de fogo, escamas e potencialmente mágica, pode chegar
a culturas tão distantes e diferentes como a China Antiga ou os maias e os astecas.
Cita-se na obra O ABISMO psicografada pelo médium Rafael Américo Ranieri
o termo "filhos do dragão" na narrativa onde seres horripilantes e
com aspectos disformes que perderam a forma humana moradores de locais chamados
de abismos e sub-abismos,intitulam-se filhos do dragão, pois este seria como o
governador deste local inferior.
O sopro de fogo
O sopro de fogo dos dragões seria teoricamente possível, caso seus
pulmões pudessem separar alguns dos gases que compõe o ar e se fossem de um
material tolerante ao calor. A centelha de ignição poderia ser obtida da
fricção de dois ossos ou pela ingestão de minerais, que poderiam ser combinados
quimicamente para gerar uma reação exotérmica.
Alguns acreditam que as glandulas salivares dos dragões produzissem alguma
substância volátil que entrasse em combustão espontânea em contato com o ar
como o fósforo branco.
Esta teoria para a origem do Fogo dos Dragões foi explorada no filme Reino
de Fogo (Reign of Fire), onde uma raça adormecida de
dragões despertou após a escavação de uma nova linha de metrô em Londres.
Baseada no princípio dos materiais pirofóricos, os dragões possuíam
órgãos produtores de líquidos reativos, separados em seus corpos e portanto
estáveis e seguros nessa condição, mas que se uniam em forma de jato
combustível quando desejado, á frente de suas bocas quando espirrados a alta
pressão por glândulas salivares especiais, se combinando numa espécie de Napalm orgânico extremamente
enérgico e inflamável.
Combinando esta mistura com o sopro de ar de expiração rápida do animal,
o resultado se traduzia numa potente e longa chama capaz de incendiar e
destruir tudo em seu caminho.
Dragões para a biologia
Existem também dragões verdadeiros no mundo real. Não se tratam
realmente de dragões como nas concepções míticas comentadas acima, mas sim de
diversos seres vivos que, por alguma semelhança qualquer, foram batizados assim
em homenagem as estas criaturas mitológicas.
Existe entre os répteis, por exemplo, o gênero Draco usado para designar espécies
normalmente encontradas em florestas tropicais, que possuem abas parecidas com
asas nos dois lados do seu corpo, usando-as para planar de uma árvore para
outra nas florestas.
Existem diversas espécies de peixes, especialmente de cavalos-marinhos, que possuem nomes populares
de dragões.
O dragão-de-komodo (Varanus komodoensis),
um grande lagarto que pode chegar ao tamanho de um crocodilo, é um carnívoro e
carniceiro encontrado na ilha de Komodo, no arquipélago da Indonésia, e ganhou
esse nome devido à sua aparência, que remete aos dragões mitológicos. Acabou se
tornando o mais famoso dragão vivente do mundo real. É a maior espécie de lagarto que existe e este réptil já vivia na face da terra
muito tempo antes da existência do homem. Possui em sua saliva bactérias mortais que tornam inútil a
fuga de uma presa após levar uma mordida, pois sobrevém uma infecção rápida e letal que a mata em
alguns dias. Apesar de serem tão letais, um dragão não morre caso se morda,
pois seu sistema imunológico possui anticorpos que neutralizam as bactérias que
habitam sua boca.
Símbolo
O dragão é atualmente símbolo da China e também foi utilizada como
apelido do ex-ator e artista marcial chinês Bruce Lee, mais precisamente "o
pequeno dragão". O dragao e conhecido em portugal como simbolo de um clube
de futebol - futebol clube do porto- bastante conhecido e apreciado. Sendo
desta forma os "superdragoes" um dos tres clubes principais do pais e
um dos mais apreciados da europa sendo comparado ao real madrid e barcelona. O
dragao e associado a forca e capacidade de vencer as dificuldades titulos e
jogos vividos pela equipa nortanha portuguesa!
Dragões na Literatura
A série de literaturainfanto-juvenilCiclo da Herança, do escritoramericanoChristopher Paolini, publicado originalmente entre 2002 e 2011, é uma das séries literárias
que mais utilizam dragões e toda sua mitologia para desenvolver sua trama, em
toda a história da literatura mundial. Segundo a saga, dividias em quatro
livros, os dragões existiam desde sempre no fictício e mágicoimpério de Alagaësia. Quando, há milhares de anos
no passado, um elfo mata uma dragão, estas duas
raças — elfos e dragões — entram numa guerra que dura
anos e só é finalizada quando um dragão chamado Bid'Daun eclode de seu ovo para
o jovem elfo Eragon e juntos convencem ambas as raças a suspenderem o conflito
de forma definitiva, forjando um pacto de paz entre elas.
Assim nascem os Cavaleiros de Dragão — para marcar a aliança entre ambas as raças —, mitológicos guerreiros
(inicialmente apenas a raça élfica, entretanto, com o passar dos
séculos, raça humana também foram aceita para
integrar a Ordem dos Cavalheiros), que compartilham com seus respectivos
dragões não apenas lealdade mútua, mas também todos os tipos sentimentos e
consciencia, sendo o elfo ou humano cavelheiro parte do dragão, assim como o
dragão é parte do cavalheiro — e não apenas uma montaria. Cavaleiro e dragão
comunicam em pensamento, podendo compartilhar, mesmo inconscientemente,
sentimentos como raiva, dor, felicidade, amor e medo;
Na mitologia criada por Paolini para a saga, os dragões podem ter vários tamanho, várias cores, maneiras
de atacar e hábitos alimentos diferentes, dependendo da descendência, habitat e
da raça. Na história, há dois tipos de dragão:
- Selvagem: Ou seja, não aceita ordens, pode ser feroz e arredio.
- Doméstico: Ligado a um cavaleiro, pode atingir um nível de civilização, mas sem perder as caracteritiscas selvagens naturais de sua raça.
Na saga, são necessários 36 meses para que o ovo possa eclodir de um
"dragão selvagem", mas no caso de um "dragão doméstico",
ele espera no ovo até que sinta que quem o tem nas mãos é a pessoa certa para
se tornar seu cavaleiro. Ao primeiro toque entre ambos, forma-se uma marca na
palma direita do cavaleiro — a chamada Gedwëy
ignasia. Seis meses é o tempo que demora até um dragão atingir a fase
adulta, na história de Paolini.
Na saga, o escritor americano manteve aspectos comumente associados à
dragões: em suas histórias, todos eles têm escamas, uma língua que bifurcada e
cospem fogo, e os seus pontos fracos sãoas asas, a área do ventre e a
garganta. São belos, altivos, inteligentes, mágicos, grandes, poderosos e
ferozes.
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